domingo, 23 de maio de 2010

MADALENA

Quem viu Madalena
Num samba de roda
Em noite de lua
Na rua a sambar
Viu só formosura
Mulata festeira
Sandália rasteira
Feitiço ao luar
 
De saia curtinha
Quadril de serpente
Cabava com a gente
Era um tal de morrer
Morria homem velho
Morria homem moço
De nó no pescoço
De o peito ferver
 
Madalena se ria
Ali dominava
Quando ela dançava
Fazia sumir
Tristeza que fosse
E a gente cantava
E o mundo parava
Pra ela sorrir
 
Até que um dia
Um crioulo de fora
Me lembro agora
Com o seu violão
Tocou sincopado
Um samba da antiga
Cruel duma figa
O samba-canção
 
Falava de amores
De bar, madrugada
Boemia rasgada
Talvez traição
Falava de um beijo
De boca marcada
Da festa acabada
De volta e perdão
 
Madalena ouvia
Seu olho brilhava
Sua alma sangrava
Sem pranto e sem dor
E o preto tocava
Olhando pra ela
Levou a gazela 

Num samba de amor

4 comentários:

Elika Takimoto disse...

POr trás de uma mulher feliz há sempre um homem triste.

Bravo, Nelson, bravíssimo!

Mais um gol de placa! Adorei!!!

Beijos

Elika Takimoto disse...

O nego que chega
E leva a mulata
É o Paulo Roberto
da calça apertada!

Madalena se foi
O que será dela?
Quero ver torcicolo
Com uma branquela!!!

Nelson Borges disse...

Meu amor,
Madalena está muito feliz, obrigado. Casou-se com o negão, tem três filhos e ainda chora quando ele toca aquele samba-canção:

Negue seu amor, o seu carinho
Diga que você já me esqueceu
Pise, machucando com jeitinho
Este coração que ainda é seu

Diga que o meu pranto é covardia
Mas não se esqueça
Que você foi minha um dia

Diga que já não me quer
Negue que me pertenceu
Que eu mostro a boca molhada
E ainda marcada
Pelo beijo seu

Elika Takimoto disse...

A nêga não resistiu ao Negue do nego.

Tá certo. Aí, é difícil mesmo.

;-)