quarta-feira, 26 de maio de 2010

DO MAL QUE EU PADEÇO

Escrevo porque padeço
De um mal que não tem cura
Quando eu vejo a brancura
De um papel, me desconheço
Rabiscando um começo
Recomeço outra aventura
Quando leio essa loucura
Já é tarde, falta um terço
 
Certa vez, eu não me esqueço
Encontrei alma tão pura
Tinha nada de amargura
Uma flor que eu não mereço
Revirou o meu avesso
Abalou minha estrutura
Metro e meio de altura
Quase que eu enlouqueço

Arrisquei pagar o preço
Num repente de bravura
Agarrei pela cintura
E falei: daqui não desço
Era tanto o meu apreço
Que eu lhe fiz logo uma jura
Folha branca é quem me atura
Se de um amor eu me despeço
 
Quando eu crio me aqueço
Solidão não me tortura
Quando a noite fria e escura
Faz gelar meu endereço
Deixo entrar e ofereço
Boa dose de leitura
Criador e criatura
Sou do mal que eu padeço

3 comentários:

Elika Takimoto disse...

SENSACIONAL! LINDOLINDOLINDO!!!!

Você agora está com uma elegância de doer assim, para quem oha diretamente.

SENSACIONAL!

parabéns!!!

Te amo

Muitos beijos!!!!!!!!

Nelson Borges disse...

Que bom que você gostou. Este aí estava empacado desde segunda-feira.

Te amo também, minha linda.

Jackson disse...

Caraca Nelsinho

Este é dos melhores que vc escreveu, muito bom! Parabéns