terça-feira, 15 de novembro de 2016

ROSA DISTRAÍDA

Duas rosas amarelas 
Dormiram em meu jardim 
Uma delas é aquela 
Já cravada até o fim 
Bem no meio do meu peito 
Essa aí não tem mais jeito 
É melhor deixar assim

É quem me rouba os pensamentos
Acalanta os meus tormentos 
Está sempre ali pra mim 
Eu também estou pra ela 
Faço mãos de jardineiro
Digo sempre não primeiro 
Pra depois dizer que sim

E afago seus cabelos
Dou um cheiro em seu pescoço
Faço sempre um alvoroço
Faço festa em seu olhar
Essa aí é uma delas
Dessas duas rosas belas
Que estavam a sonhar

A outra me apareceu do nada
No avançar da madrugada
Que eu nem a vi chegar
Enroscou-se na primeira
E brincaram a noite inteira
Misturaram seus carpelos
E dormiram no sofá

Deitadinhas lado a lado
Expressavam a leveza
De um casal apaixonado
Nunca vi tanta beleza
Como a flora se supera
Despertando a primavera
Num canteiro abandonado

Ah, essas flores coloridas
Já nasceram distraídas
Umas nem se sabem flor
Exibindo suas pétalas
Vão dormindo descuidadas
Estão sempre apaixonadas
Exalando tanto amor

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