quarta-feira, 18 de novembro de 2015

SAUDADE QUE BATEU


Tô no miolo minha galera e vou descer cantando

Eu tô no olho e vê quem mora nesse furacão

Eu tenho a roupa e o meu rosto eu já pintei inteiro

E tenho o cheiro dessa gente que eu peguei a mão

 

Eu aprendi e já não quero mais viver sozinho

Eu quero a força, quero aplauso e quero a multidão

Eu quero a rua e quando a rua for o meu caminho

Eu mostrarei a nossa história em forma de canção

 

Da bailarina que um dia amanheceu chorando

Que é tão menina e já passou por muitos cabarés

Arrependida por já ter se arrependido tanto

Desiludida por não ter nascido com outros pés

 

Do palhacinho e da briga em cima da escada

E da porrada que levou a mulher do sambista

Na outra pista tem as prima tudo abandonada

Da bicha velha que morreu querendo ser artista

 

Da prostituta que se vê como entretenimento

Do casamento que acabou, mas não terminaria

Da poesia que rolou só no meu pensamento

E dos meninos criticando a própria homofobia

 

De tanta coisa acontecendo e tudo ao mesmo tempo

De um teatro de verdade feito sem coxia

Da fantasia misturada com a realidade

E da saudade que bateu, mas isso eu já sabia

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