quarta-feira, 4 de março de 2015

SEREIA DE PEDRA

Foi quando se fez distante
Que pude entender o mar
Pelo tanto que tenho sofrido
Proibido de lhe navegar
Que eu pude compreender
A falta que ele me faz
Que acordo no meio do nada
Um grito perdido no cais

Saudades do meu oceano
Das ilhas que eu batizei
Dos dias de calmaria
Das noites que só eu sei
Das lutas travadas ao vento
De ondas perfeitas demais
Praguejar por conta do tempo
Do tempo que não volta mais

Pois ontem surgiu lua cheia
E eu me lembrei de você
Então me deitei na areia
E pedi para Deus proteger
Cada barco que este céu norteia
Cada homem atrás do timão
Que não sigam você, oh! Sereia
Que não percam a embarcação

Que não sejam o tolo que fui
Que não ouçam jamais sua voz
Que não vejam encantos que vi
E que passem a cinco mil nós
Pela pedra na qual te avistei
Lá onde segurei tua mão
E saltei, te segui e deixei
Para sempre o meu coração

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