ao amigo Andel
Um poeta popular
Não precisa ser rude
Escrever impropérios
Difamar o erudito
Nem tão pouco vulgar
Na escrita ou na vida
Ser um chato, ranzinza
Que reclama de tudo
Só precisa ser gente
E gostar de biscoito
Um pouquinho afoito
Num joguinho de bola
E gostar de birita
Comidinhas a gosto
E cantar de repente
Um sambão do Cartola
Estar sempre na rua
E gostar tanto dela
Que à noite dormindo
Sonha em Copacabana
Só, e andando no escuro
Um encontro no Estácio
E na volta pro Centro
Ele acorda no Méier
Ser atento aos detalhes
Um suspiro, uma data
E na hora marcada
Se jogar do abismo
Lembrar sempre do beijo
De ofegantes paixões
Tantas desilusões
Lutar contra o cinismo
É amigo das belas
Namorar? Quase todas
Se não for ao Maraca
Torcer tanto por ele
O poeta é assim
Um amigo de fato
Popular como um samba
Imortal qual seu ato
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