Ontem após o verão,
A gente se despediu
Ela apenas sorriu
E se deu fim à paixão
Agradeci a atenção
Depois do beijo de adeus
Retornaria aos meus
Boêmios de bar e violão
Só restaria a canção
Que fiz para aquele olhar
Que me roubava o ar
Quando mudava a intenção
Insinuando que não
Desejaria estar
Em nenhum outro lugar
Que não fosse ao lado meu
A gente se conheceu
Num bloco de carnaval
Pirata com cara de mal
E a dama do cabaré
Sabe como é que é
Aquele calor infernal
Aquela alegria geral
Cerveja, suor e tesão
Ela pegou minha mão
E com um gosto de sal
Deu-me o golpe fatal
Corsário que se rendeu
Que seu caminho perdeu
Pelo desejo carnal
Um lance meio animal
Com flashes de lucidez
Com poesia talvez
O ápice da estação
Pudera esse meu coração
Pelo outono entrar
Batendo mais devagar
Mas sem parar de bater
Apenas sobreviver
Até o inverno chegar
E quando pensar em parar
Lembrar que o fim da espera
Chegou com a primavera
E que valeu esperar
Que flores começam a brotar
E que eu colherei a primeira
E que à minha maneira
Irei então preparar
Um arranjo para enfeitar
Os cachos dos cabelos seus
E não haverá mais adeus
E será para sempre verão
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