segunda-feira, 18 de maio de 2015

SAMBANDO NA TELA

A batida do surdo mexia com ela
Alegria do mundo no sorriso dela
Das cores primárias de sua aquarela
Surgia um casal em cravo e canela

Quando o samba beijava a sua janela
O pincel deslizava dançando na tela
Era um céu, um luar, ela era uma estrela
Clareando o andar, o descer da favela

No cantinho do quadro um moreno solfeja
Um samba canção pro casal que se beija
Eles pedem aos céus que Deus o proteja
Ou que nunca no copo lhe falte a cerveja

A canção que brota da mão da pintora
É o canto de amor que vem lá da rua
No refrão ela muda o tom da sua obra
Na paleta de cores melodia flutua

E da escola de samba se ouve um apito
O repique congela e o surdo termina
E o canto se cala outra vez tão aflito
Mas deu tempo, a artista lhe data e assina

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