Morreu na praia
Deitada na areia
Pensando na vida
Na ausência de mar
Morreu de tola
Como todo poeta
A ferida exposta
Aberta ao luar
Morreu assim
Devagar e sempre
Caminho sem volta
Que volta a matar
Morreu perdida
Na porta de casa
Distante de tudo
Que pudesse lembrar
Morreu bem cedo
Ninguém esperava
Criatura tão jovem
E com tanto a nadar
Morreu insana
Tão perto da água
Do seu oceano
E forçada a olhar
Morreu assustada
Coração lhe faltando
Batendo errado
Esperando parar
Morreu por temer
Seu destino de peixe
Saltou para fora
E faltou-lhe o ar
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