sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

DESTINO DE PEIXE

Morreu na praia
Deitada na areia
Pensando na vida
Na ausência de mar

Morreu de tola
Como todo poeta
A ferida exposta
Aberta ao luar

Morreu assim
Devagar e sempre
Caminho sem volta
Que volta a matar

Morreu perdida
Na porta de casa
Distante de tudo
Que pudesse lembrar

Morreu bem cedo
Ninguém esperava
Criatura tão jovem
E com tanto a nadar

Morreu insana
Tão perto da água
Do seu oceano
E forçada a olhar

Morreu assustada
Coração lhe faltando
Batendo errado
Esperando parar

Morreu por temer
Seu destino de peixe
Saltou para fora
E faltou-lhe o ar

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