terça-feira, 13 de maio de 2014

UM SAMBA DA ANTIGA


UM SAMBA DA ANTIGA

(minha singela homenagem à Elton Medeiros)

Sou tão somente um samba da antiga
Que bebeu toda a dor dessa vida
Que brincou e amou por demais
Mas, sou tão sério quanto essa bengala
E enquanto minha voz não se cala
Vou cantando os velhos carnavais

Vou, relembrando Zé Ketti e Cartola
Com Hermínio e Paulinho da Viola
Essa chama que não se apaga mais
Que de uma hora pra outra incendeia
Sonhando o mesmo que Candeia
A liberdade que o samba nos trás

E, quanto mais passo por essa estrada
Sei que o ouro do tolo é nada
Comparado à nossa tradição
Pois, quem nasceu num terreiro de bamba
E viveu pelas rodas de samba
Terá sempre um samba-canção

Que relembre aquele amor antigo,
A desventura de algum amigo
Embriagado de tanta paixão
Ou, como um samba de Mauro Duarte
Revelando à sociedade
Os que vivem em tamanha aflição

Bem, vou seguindo à luz da verdade
E um cantar com sinceridade
É o legado que eu deixarei, então
Quem quiser que aprenda o caminho
Que saboreie lentamente este vinho
Que eu transbordei de dentro do meu coração

(Nelson Borges - 13/5/2014)

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